Virtual Crop Tour no Brasil
Nossa equipe de analistas de culturas monitora constantemente as principais regiões de cultivo do mundo. Para entender o que está acontecendo no solo, olhamos para o céu usando dados de satélites de grau científico para alimentar análises líderes da indústria.
O Virtual Crop Tour tem como objetivo verificar as condições atuais nas lavouras do Brasil e fornecer informações sobre o que esperar da produção agrícola na temporada atual.
Dia 5
BRASIL – Seca impactou mais do que apenas o Sul do Brasil?
SIM
Considerando desde o início de novembro a janeiro, a seca ① se estendeu do extremo sul do país até a região central do Mato Grosso do Sul, incluído parte do oeste de São Paulo. Nessas regiões a umidade do solo ② ficou em patamares historicamente baixos (de 20% a 50% abaixo da média, dependendo da região), o que limitou o potencial produtivo das lavouras.
BRASIL – Cenário catastrófico no Centro-Sul do país poderia ter sido previsto no fim de 2021?
SIM
Na última análise realizada pelos nossos analistas no fim de 2021, a estimativa de produção de soja foi cortada para 129 milhões de toneladas. O motivo do forte corte foi o desempenho extremamente ruim dos índices de vegetação no Centro-Sul do país e, mesmo que houvesse um bom volume de chuvas em janeiro, de certo uma parte da produção já estava comprometida na região. Em janeiro, a seca continuou no Sul e se espalhou para outras regiões de Mato Grosso do Sul, o que fez com que reduzíssemos a estimativa novamente no fim de janeiro. Atualmente, a produção brasileira de soja está estimada em 125,35 milhões de toneladas. A estimativa ainda pode ser revista nos próximos dias, conforme os feedbacks vindo dos campos.
BRASIL – EarthDaily Agro Virtual Crop Tour.
No último dia do Virtual Crop Tour da Safra de soja do Brasil, trouxemos uma análise geral do que foi visto ao longo da semana.
O Virtual Crop Tour cobriu cerca de 94% da área total destinada à soja na temporada 2021/2022, analisando no total onze estados. A estimativa é de que a produção nessas regiões seja responsável por cerca de 93% da produção brasileira de soja.
O Virtual Crop Tour foi realizado entre 31/01 à 04/02 e teve o propósito de avaliar as condições das lavouras nas principais regiões agrícolas do Brasil, em ordem de clarear o cenário para os clientes da EarthDaily Agro.
Para saber sobre estimativas de produção do Brasil e de outros países, entre em contato conosco e adquira nossos serviços.
Dia 4
Oeste do Paraná – Seca é a mais intensa dos últimos anos?
SIM
O índice de vegetação ① está no menor patamar dos últimos 10 anos, abaixo até mesmo do ano de 2012 (ano em que a produtividade foi 38% abaixo da tendência), o que indica uma produtividade abaixo da de 2012. A baixa precipitação acumulada ② nos últimos meses manteve a umidade do solo ③ em patamar insuficiente para o desenvolvimento da safra da região. No entanto, a volta das chuvas ④ nos últimos dias foi importante para recuperar a umidade do solo para o início do ciclo do milho safrinha.
Leste do Paraná – Janeiro de 2022 foi o janeiro mais seco dos últimos 10 anos?
NÃO
Considerando desde o início do ano, a precipitação acumulada ① está abaixo da média (o estresse hídrico fica ainda mais intenso caso se considere o ciclo inteiro da soja, com início em novembro), no entanto, o volume de chuvas foi maior em comparação com a região oeste, o que permitiu a recuperação da umidade do solo ② em janeiro e um melhor desenvolvimento das lavouras em relação às outras regiões do estado. O índice de vegetação ③ esteve próximo a média e similar às temporadas de 2012, 2014 e 2019 (anos em que houve quebra de safra), o que sugere que mesmo com uma situação hídrica mais favorável, ainda houve uma redução do potencial produtivo causado pela restrição de chuvas.
Parana – Produtividade deve ser a menor dos últimos 15 anos?
SIM
O NDVI ① evidencia um cenário trágico das lavouras no Paraná, quebra causada principalmente pelo baixo desempenho do oeste do estado. A umidade do solo ② explica o a situação catastrófica, com o estresse hídrico sendo o pior dos últimos 10 anos. A estimativa é de que a produtividade fique em torno de 38,9 sacas (60 kg) por hectare, cerca de 20 sacas/ha a menos em relação à temporada anterior.
Santa Catarina – Seca também afetou Santa Catarina?
SIM
O volume mensal de chuvas ① (de novembro a janeiro) foi o menor dos últimos anos e também abaixo de 2012, ano em que houve forte quebra da safra. O NDVI ② este em patamar extremamente baixo durante todo o ciclo, o que sugere uma produtividade muito baixa. Para o estado a estimativa é de que a produtividade seja 21% menor do que a média dos últimos cinco anos.
Rio Grande do Sul – O que ocasionou a maior quebra de safra do Rio Grande do Sul?
SECA E ALTA TEMPERATURA
Os índices de vegetação ① apresentaram uma dinâmica muito ruim durante todo o ciclo. O que pode ser explicado não apenas pela forte seca no estado (a precipitação acumulada ② foi a menor dos últimos 20 anos), mas também pela alta temperatura, principalmente em janeiro, quando as temperaturas máximas ③ ficaram por diversos dias acima dos 32,5°C. A estimativa para o estado é de que a produtividade seja de 1,71 mil kg/ha, cerca de 50% menor do que no ano anterior.
Dia 3
Oeste da Bahia – Há relatos de disseminação de doenças nas lavouras da Bahia?
SIM
O índice de vegetação ①, que estava no maior patamar em comparação com os últimos anos até o início de janeiro, apresentou leve deterioração nos últimos dias, no entanto, segue acima da média. A alta precipitação ② em dezembro (volume foi quase três vezes acima da média) resultou em alta umidade do solo, o que facilitou a incidência de doenças. Porém, a disseminação de doenças foi pontual e a estimativa de produção ainda é positiva para o estado. Para os próximos dias a previsão é de chuvas, o que deve colaborar com o aumento da umidade do solo ③.
Tocantins – Há motivo para preocupação em Tocantins?
SIM
Os índices de vegetação ① apresentam deterioração desde o início de janeiro e o que chama a atenção é que do dia 12 a 23 de janeiro a precipitação acumulada ② foi baixa, o que diminui a possibilidade de erro de leitura pelo satélite devido a presença de nuvens. A colheita no estado começou, mas ainda está bem no início e não explica completamente a queda do NDVI. No entanto, após a baixa precipitação em meados de janeiro, a chuva voltou, com isso a umidade do solo ③ deve voltar para patamares acima da média, o que pode colaborar com uma recuperação das lavouras. Para monitorar.
Maranhão – Deterioração do NDVI nos últimos dias no Maranhão preocupa?
AINDA NÃO
O índice de vegetação ① teve ótima dinâmica no primeiro terço do ciclo, mas apresentou deterioração nos últimos dias. No entanto, o NDVI está em linha com o ano de 2020 ②, ano em que a produtividade foi boa. Para os próximos dias, a previsão é de aumento da umidade do solo ③, o que será favorável para as lavouras do estado.
Piauí – Há previsão para volta das chuvas no curto prazo?
SIM
Apesar da queda do índice de vegetação ① nos últimos dias, o NDVI continua acima da média, o que diminui a preocupação com o potencial de rendimento das lavouras, no entanto será preciso observar a dinâmica do NDVI nas próximas semanas. Para os próximos dias, a previsão é de volta das chuvas, o que irá resultar em maior umidade do solo ②, favorável para as lavouras de soja no estado.
MATOPIBA – Índices de vegetação continuam em bom patamar no MATOPIBA?
NÃO
No primeiro terço do ciclo, a dinâmica do NDVI ① foi boa, porém, tem apresentado deterioração desde meados de janeiro ②, em linha com a queda da umidade do solo. No entanto, a previsão aponta para o retorno das chuvas no curto prazo, o que irá colaborar com o aumento da umidade do solo ③. Cenário favorável para as lavouras da região.
Dia 2
Noroeste de Minas Gerais – Há sinais claros de quebra de safra em Minas Gerais?
NÃO
Os índices de vegetação apresentaram rápida deterioração nos últimos dias ① e, com a queda da umidade do solo ②, a possibilidade de erro de leitura devido a presença de nuvens é pequena. O alto volume de chuvas ③ no fim do ano anterior manteve a umidade do solo alta durante boa parte de dezembro e início de janeiro, o que poderia facilitar a disseminação de doenças, no entanto, a queda do NDVI parece estar mais associada à colheita ④, que está acelerada em comparação com a temporada anterior. Portanto, não temos grandes preocupações quanto ao potencial de rendimento das lavouras na região.
Triângulo Mineiro – NDVI aponta para problemas no fim do ciclo da soja?
NÃO
Os índices de vegetação ① estiveram no maior patamar em comparação com os últimos anos durante quase todo o ciclo e, assim como no noroeste do estado, a queda do NDVI está associada à colheita antecipada. A precipitação acumulada ②, considerando desde o início de novembro, está próximo à média histórica. Além disso, o volume mensal de chuvas ③ foi bem distribuído ao longo dos últimos meses, o que não ocorreu na temporada 2018/2019, o que explica a dinâmica ruim do índice de vegetação ④ no terço final do ciclo da soja naquele ano.
Minas Gerais – Produção de grãos deve ficar abaixo do esperado em Minas Gerais?
NÃO
O NDVI ① esteve alto patamar durante quase todo o ciclo, portanto, não temos grandes preocupações quanto ao potencial de rendimento. A estimativa é de que a produção de soja fique acima de 63 sacas (60 kg) por hectare. Após um período de seca em janeiro, as chuvas voltaram, o que irá resultar em recuperação da umidade do solo ②, favorável para o início do ciclo do milho safrinha.
Cinturão de grãos de São Paulo – O NDVI evidencia analogia com a safra ruim de 2018/19?
NÃO
Os índices de vegetação ① apresentaram boa dinâmica durante quase todo o ciclo. A queda dos últimos dias pode ser um erro de leitura devido às altas precipitações no fim de janeiro. A alta da umidade do solo ② e a curva da precipitação acumulada ③ na última semana dá força a essa teoria.
São Paulo – Produção de soja pode ser recorde no estado?
SIM
Apesar da dinâmica razoável/ruim do NDVI ① durante o ciclo, a área estimada semeada de soja foi de 1,22 milhões de hectares (a maior da série histórica), o que pode colaborar com uma produção estadual recorde. No entanto, ainda é cedo para fazer tal afirmação. Será preciso bons volumes de chuvas para que este cenário se consolide. A queda recente do índice de vegetação pode ser erro de leitura, devido a presença de nuvens. A alta precipitação ② registrada nos últimos dias dá força a essa teoria. No entanto, fortes chuvas em algumas regiões podem ter causado impactos negativos. Será preciso esperar alguns dias para avaliar a situação das lavouras nessas áreas.
Dia 1
Microrregião de Alto Teles Pires, Sinop e Paranatinga – Evolução do índice de vegetação evidencia problemas ao longo do ciclo?
NO.
Na microrregião de Alto Teles Pires, Sinop e Paranatinga, o NDVI ① esteve similar a curva das temporadas de 2018/19 e 2019/20, safras que tiveram produtividade em linha com a tendência ou melhor (0% em 2019 e 7% acima da tendência em 2020), o que indica uma produtividade, ao menos, em linha com a tendência na temporada atual. A umidade do solo ②, esteve em bom patamar durante a maior parte do ciclo, o que permitiu o bom desenvolvimento das lavouras. No entanto, em algumas áreas, houve chuvas acima da média, principalmente no norte de Sinop. O balanço hídrico (Precipitação – Evapotranspiração) ③ confirma o maior volume de chuvas na temporada atual. Vale ressaltar que há relatos de disseminação de doenças, o que pode resultar em uma menor produtividade, mas não deverá apresentar mudanças significativas para a produção estadual.
Mato Grosso – Produção estadual de soja pode ser recorde?
SIM
O NDVI ① durante a atual temporada apresentou dinâmica bem similar a temporada 2018/2019, com momentos em que a umidade do solo ② esteve até melhor do que em comparação com a safra análoga. O que indica que a produtividade (em relação à tendência) deverá também ser similar. A produtividade poderá atingir de 57 a 60 sacas (60kg) por hectare. Há de se considerar alguns feedbacks de campo, que relatam uma disseminação de doenças em algumas regiões, principalmente no norte do estado. No entanto, os relatos têm sido de regiões pontuais e a deterioração dos índices de vegetação parece estar mais ligado à colheita acelerada ③ do que a algum problema significativo de doenças nas lavouras.
Sudoeste de Goiás – Volume de chuvas na região foi suficiente para atender as exigências das lavouras de soja?
SIM
No sudoeste goiano (região que inclui as cidades de Jataí e Rio Verde) o NDVI ① esteve em bom patamar durante todo o ciclo, similar a temporada 2019/2020, ano com boa produtividade (+8% acima da tendência), o que indica que a safra atual também deverá ser positiva. Considerando desde o início de novembro, a precipitação acumulada ② está um pouco abaixo da média (principalmente devido à baixa precipitação em parte de janeiro), mas foi suficiente para permitir um bom desenvolvimento das lavouras em dezembro e início de janeiro.
Goiás – Lavouras de soja em Goiás estão em estágio avançado em comparação com a última temporada?
SIM
O índice de vegetação ① esteve elevado durante os dois primeiros terços do ciclo, o que indica boa condição das lavouras e produtividade acima da tendência. A precipitação acumulada ② (considerando desde o início de novembro) está em linha com a safra de 2017/18 (temporada com boa produtividade). Nos últimos dias, a dinâmica do NDVI mudou e os índices caíram, porém, não há grande preocupação em termos de potencial de produção, uma vez que acreditamos que essa queda esteja mais relacionada a uma colheita antecipada. Aliás, a colheita antecipada irá permitir o plantio do milho safrinha em um período mais favorável em relação ao ano anterior.
Centro-Norte de Mato Grosso do Sul – Baixa precipitação deve resultar em baixa produtividade na região?
NÃO
Na região, os índices de vegetação ① apresentaram uma boa dinâmica, principalmente na primeira metade do ciclo. Apesar da precipitação acumulada ② (considerando desde 20/11) abaixo da média, o volume de chuvas foi suficiente para permitir um melhor desenvolvimento das lavouras de soja em comparação com a região sul do estado.
Centro-Sul de Mato Grosso do Sul – Quebra da safra de soja já está consolidada na região?
SIM
Em toda a região sul do estado o volume de chuvas foi bem abaixo do necessário para atender as exigências de água das plantas. A precipitação acumulada ① desde o início de novembro foi a menor dos últimos 22 anos. Com isso, a umidade do solo ② ficou bem abaixo da média. Assim, O índice de vegetação ③ evidencia a seca, com uma dinâmica catastrófica, principalmente a partir de meados de dezembro. A estimativa é de que a produtividade seja de 3,8% a 8,5% menor do que a média dos últimos 5 anos.
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